Daididau: a história de um povo contada em versos de amor
Um dos maiores símbolos da resistência ao domínio russo, Magzhan Zhumabayev é considerado um expoente da literatura cazaque, seu mais famoso poema Daididau se tornou mundialmente conhecido graças à performance de Dimash Kudaibergen. Ainda que tenha vivido entre o final do século XIX e início do século XX, seus escritos só vieram a público no final dos anos 1980. Seus primeiros poemas e músicas foram lançados em tenra idade, num estilo romântico comparado a Lord Byron e Pushkin.
Por muito tempo Daididau foi considerada uma cantiga popular cazaque, porém estudos recentes mostraram que a versão que conhecemos hoje foi escrita em meados dos anos 1930, durante o primeiro período no cárcere de Zhumabayev.
Seu primeiro e único amor foi Zuleikha, forçada a se casar aos 16 anos de idade com um homem rico, enquanto ele estudava em Omsk. Então ele conheceu outra garota Zeynep, eles se casaram e esse casamento foi feliz, mas ela acabou morrendo durante o parto. O bebê também faleceu poucos meses depois, o que foi outro golpe para a vida de Zhumabayev. Dos 40 anos que ele viveu, 12 deles passou na prisão. Durante a primeira grande fome no Cazaquistão, na década de 1920, ele trabalhou incansavelmente para ajudar os mais afetados. Ele e outras pessoas famosas do Cazaquistão fizeram consideráveis doações para um fundo de auxílio. O pai de Magzhan estava preocupado com ele e encontrou uma nova noiva, forçando Magzhan a se envolver, mas ele reencontrou Zuleikha e desta vez eles decidiram nunca mais se separar, fugindo para a cidade de Chelyabinsk, na Rússia. A partir deste momento eles nunca mais se separaram. Ela conhecia todos os seus poemas e não era apenas sua amante, mas sua amiga mais íntima.
Seu primeiro e único amor foi Zuleikha, forçada a se casar aos 16 anos de idade com um homem rico, enquanto ele estudava em Omsk. Então ele conheceu outra garota Zeynep, eles se casaram e esse casamento foi feliz, mas ela acabou morrendo durante o parto. O bebê também faleceu poucos meses depois, o que foi outro golpe para a vida de Zhumabayev. Dos 40 anos que ele viveu, 12 deles passou na prisão. Durante a primeira grande fome no Cazaquistão, na década de 1920, ele trabalhou incansavelmente para ajudar os mais afetados. Ele e outras pessoas famosas do Cazaquistão fizeram consideráveis doações para um fundo de auxílio. O pai de Magzhan estava preocupado com ele e encontrou uma nova noiva, forçando Magzhan a se envolver, mas ele reencontrou Zuleikha e desta vez eles decidiram nunca mais se separar, fugindo para a cidade de Chelyabinsk, na Rússia. A partir deste momento eles nunca mais se separaram. Ela conhecia todos os seus poemas e não era apenas sua amante, mas sua amiga mais íntima.
Apoiador declarado da Autonomia Alash, um breve governo independente que comandou o Cazaquistão de 1917 a 1919, Magzhan Zhumabayev foi injustamente acusado de espionagem, preso e sentenciado a 10 anos de prisão. Quando em 1928 ele foi mandado para a prisão, e mais tarde enviado para campos no norte da Carélia na Rússia, Zuleikha o seguiu, não importava para onde ele fosse levado, ela sempre o encontrou e veio vê-lo em todos os lugares. Ela fez um grande esforço para libertá-lo da prisão em 1936, chegando a pedir ao famoso escritor Maxim Gorky para ajudar. Durante o período na prisão, Zhumabayev recebeu a notícia mentirosa de que sua esposa o havia abandonado, nesse sentido Daididau foi escrita como um lamento pelo amor perdido e pelo sofrimento da nação. Mas ao contrário do que ele pensava, do lado de fora sua esposa trabalhava arduamente por sua liberdade e em 1934 sua pena foi reduzida e ele enfim pode retornar à família.
Seu nome era proibido porque a censura soviética condenou seu nome ao esquecimento e seu trabalho foi destruído. Há 50 anos, várias gerações de cazaques nem sabiam que havia um poeta tão grande. Seu retrato foi escondido por seu irmão por trás do retrato de Lênin na parede e só nos anos 1960 foi encontrado por seus sobrinhos. Seus dois irmãos foram presos e mortos apenas porque eram do mesmo sangue e muitos outros parentes foram condenados à prisão por 10 anos. Em 1989, quando seu livro estava sendo preparado para publicação, mais de 100 poemas foram escritos de acordo com sua cunhada, que os memorizou quando ele foi preso.
Sua amada Zuleikha nunca mais se casou e passou o resto da vida tentando publicar sua poesia. Apenas no final de sua vida, o sonho se tornou realidade, quando em 1988 Magzhan foi totalmente e finalmente reabilitado, e seus poemas pela primeira vez desde 1925 foram publicados na revista Friendship of People na cidade de Almaty. Se hoje temos o privilégio de conhecer tal autor, e através dele uma pequena parte do sofrimento do povo cazaque, é porque o amor de Zuleikha e Magzhan foi capaz de sobreviver a todas as dores e continuou ecoando em sua família até os dias atuais
Daididau
Levanto a pena para escrever-te, amada minha,
Tão bela quanto a lua cheia,
Cada vez que penso em ti, amada minha,
A paixão revive este coração sem vida.
Ah! Daididau
A paixão revive esse coração sem vida.
Vai mesmo me deixar?
Agora que nosso glorioso passado não passa de uma memória distante,
Lembre-se dos votos solenes que fizemos um ao outro,
A quem devo chorar minhas dores?
Ah! Daididau
A quem devo chorar minhas dores?
Há mais de um ano não nos vemos,
Mas parte de mim ainda vive em ti, amada minha,
É verdade que me abandonou?
Pensei termos prometido jamais nos separar,
O que posso dizer se quebrou sua promessa?
Daididau, tão bela quanto a lua cheia!
Ah! Daididau
A quem devo chorar minhas dores?
A quem devo chorar minhas dores?
Texto por Galiya Mensiitova e Sabrina Maciel
Tradução por Sabrina Maciel
Tradução por Sabrina Maciel
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Mais uma história emocionante do Cazaquistão... Muito bom, Sabrina Maciel! 👏👏👏👏
ResponderExcluirArrepiada aqui. Belíssimo trabalho, Sabrina !!!
ResponderExcluirQuanto mais a gente descobre, quanto mais a gente sabe, mais emocionante se torna o entendimento das atitudes e canções do nosso príncipe Dimash. Muito obrigada por nos trazer mais informações sobre essa música, sobre essa história, e sobre a cultura do Cazaquistão em geral, Sabrina. É enriquecedor e muito gostoso saber os motivos que levam o Diko a cantar Daididau com tanta emoção. É bom entender os motivos que existem por trás da música que me traz lágrimas aos olhos, mesmo antes de ter a menor ideia do que ela falava. Lindo trabalho Dear! Obrigada mais uma vez!
ResponderExcluirPor isso tanta emoção nas interpretações... Muito enriquecedor a história. E mais apaixonada por esse príncipe.
ExcluirEle sempre romântico, maduro,
ExcluirObrigada por compartilhar essa linda história. É como é belíssima a interpretação de Dimash. Não canso de ouvir.
ResponderExcluirÉ uma história incrível. Agora entendemos a emoção dele ao cantar essa música. Dimash é incrível, ele coloca todo o coração no que faz.simplesmente perfeito!
ResponderExcluirEu não conhecia avhistoria por trás da música. Muito linda e triste .
ResponderExcluirE uma belíssima e emocionante historia,assim como a música também,Dimash com sua voz e apresentacao impecáveis tornam a inesquecível!!!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho!!! Muito linda a história tbm
ResponderExcluirImportante não só sentir a emoção com a melodia, mas compreender toda a história por detrás da letra. Gratidão por partilhar a história.
ResponderExcluirJAMAIS CONHECI CANTOR COM TAMANHA EMOÇÃO AO INTERPRETAR UMA MUSICA COMO DIMASH QUDAIBERGEN. VOZ MAGNIFICA, PESSOA ENCANTADORA. ELE CANTA DAIDIDAU COM TAMANHO PATRIOTISMO E EMOÇÃO.
ResponderExcluirQue estória linda e triste,Dimash coloca toda sua emoção nessa música .
ResponderExcluirQue lindo! E a palavra Daididau tem algum significado? Quero dizer, tem tradução para essa palavra?
ResponderExcluirJá amava essa canção antes de saber da história de sua letra que toca profundamente quem a ouve com o coração. E nosso príncipe Dimash coloca toda sua emoção ao cantá-la! Como sempre ele é Perfeito!!!!!
ResponderExcluirQue história emocionante!!!! Me deixa em lágrimas.linda d+
ResponderExcluirJá amava a música sem saber o significado da canção, agora amo muito mais.
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